Nvidia supera estimativas, mas ações caem no after-market devido a obstáculos nas exportações para a China

A Nvidia divulgou resultados do segundo trimestre mais fortes do que o esperado na quarta-feira, estendendo sua liderança como principal fornecedora mundial de semicondutores de IA.

No entanto, as ações caíram nas negociações após o expediente depois que a empresa confirmou que não vendeu chips H20 para a China durante o período, reacendendo preocupações sobre restrições de exportação e riscos geopolíticos.

A divulgação fez as ações da Nvidia caírem 3,4%, para US$ 176, nas negociações após o fechamento do mercado, enquanto os investidores avaliavam o impacto de curto prazo do cenário regulatório em um de seus principais mercados.

A receita para os três meses encerrados em 27 de julho subiu para US$ 46,7 bilhões, informou a Nvidia, um aumento de 6% em relação ao trimestre anterior e 56% maior do que há um ano. Os analistas esperavam cerca de US$ 46 bilhões.

O lucro líquido disparou para US$ 26,4 bilhões, ou US$ 1,08 por ação diluída, enquanto o lucro ajustado atingiu US$ 1,05 por ação, superando o consenso de US$ 1,02.

As vendas de data center, que representaram 88% da receita total, atingiram US$ 41,1 bilhões, impulsionadas por um aumento sequencial de 17% nos embarques de chips Blackwell.

Ainda assim, o aumento de 5% em relação ao trimestre anterior fez pouco para acalmar os investidores, aumentando a pressão sobre as ações da Nvidia.

O CEO Jensen Huang manteve-se otimista, classificando o Blackwell como “a plataforma de IA que o mundo estava esperando” e destacou a crescente adoção entre hyperscalers, parcerias governamentais e desenvolvedores de modelos soberanos, segundo comunicado divulgado na quarta-feira.

No entanto, o tom otimista foi atenuado pela confirmação da Nvidia de que não registrou vendas de H20 para a China durante o trimestre. 

A empresa revelou que desviou US$ 650 milhões em chips H20, inicialmente destinados à China, para um cliente não restrito no exterior, liberando uma reserva de inventário de US$ 180 milhões. 

O H20 foi projetado anteriormente para cumprir as regras de exportação dos EUA, mas os requisitos de licenciamento atualizados impostos em abril de 2025 efetivamente impediram as vendas para o mercado chinês.

A medida seguiu o endurecimento dos controles de chips de IA por parte de Washington, que agora exigem licenças de exportação para semicondutores de alto desempenho destinados à China, em uma política voltada a restringir o acesso de Pequim ao poder computacional avançado para uso militar e de vigilância.

Embora os números sugiram força contínua na demanda por infraestrutura de IA, a reação contida das ações indica que os investidores estão cada vez mais sensíveis aos riscos macroeconômicos, especialmente à trajetória incerta da política comercial entre EUA e China.

Olhando para frente, a Nvidia espera uma receita de US$ 54 bilhões no terceiro trimestre, com margens brutas previstas em 73,5%. 

O conselho também aprovou uma expansão de US$ 60 bilhões no programa de recompra de ações da Nvidia, em uma tentativa de devolver capital aos acionistas. Um dividendo de US$ 0,01 está programado para 2 de outubro.